A história repete-se. À semelhança de 2011, da primeira francesinha de 2012 levou-nos à margem Sul do Douro… esse lugar distante e sombrio, sem lei e sem xerife. Depois de inúmeros repastos com faltas de alguns Irmãos, a Irmandade voltou a estar toda reunida à volta da mesa, para fazer um balanço do primeiro ano de actividade e planear os próximos vinte.
O local, Locanda… casa de forno de Canelas a lenha que granjeia reputação pelas suas pizzas e francesinhas, com nome de um clássico dos anos 90 de um bebida de cereais com 20% de café. Felizmente não passou pela cabeça de ninguém a escolha do prato da casa: a Calzone com molho de francesinha deve constar no top 50 dos cardápios mais insólitos do mundo.
O restaurante é daqueles tradicionais com simpatia qb e regras bem definidas (quem se atrever a pedir uma mesa sem ir ao balcão poderá não fazer a viagem de regresso á margem Norte). A cerveja, essa não engana, uma autêntica Superbock funcionou como um óptimo teaser para a alcateia de lobos famintos em que nos transformamos sempre nestas ocasiões.
A nossa little french girl, essa não defraudou mas também não encantou. De uma forma geral tudo estava algures entre o aceitável e o razoável, salpicada com pitadas de decência aqui e ali… o recheio de carnes ainda é o ponto (mais) forte no conjunto, mas o molho desprovido de um cunho excepcional e o pão demasiado soft comprometem a entrada num patamar superior de excelência.
A margem Sul já provou ser um cluster de restaurantes de francesinhas que exibem o forno de lenha como o seu principal cartão-de-visita (e ainda há mais a visitar). O facto é que o mito dos fornos de lenha parece por vezes sobrevalorizado face à importância dos ingredientes e da composição certa. Se por um lado o forno dá um sabor diferente e agradável, tem a desvantagem de não enrijecer o pão como devia… e o sucesso de uma francesinha continua a depender (e muito) do segredo do molho. Ainda assim, mesmo sem deslumbrar, o Locanda merece uma visita… e não é pela Calzone especial!