Yuko

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Morada
Rua Costa Cabral, 2331
Local
Porto
Coordenadas
41.176409,-8.585773 (Ver mapa)

Yuko@2012-02-17

Já tinha sido diversas vezes sugerido pelos nossos seguidores, mas foi, enfim, neste período pré-carnavalesco, que acabamos por visitar o Yuko.
O frio não dá tréguas, a gripe anda por aí como um beagle sem coleira, os dias dos feriados são decididos pelas estrelas do sorteio do Euromilhões, mas não há nada que pare a Irmandade na sua missão de encontrar a melhor Francesinha do Mundo. Não é um trabalho fácil, às vezes nem sequer é muito limpo, mas alguém tem que fazê-lo!

O Yuko é uma simpática casa de petiscos que se encontra numa zona chamada pelos seus habitantes de "Antas" mas que, na verdade já está costas-com-costas com a Areosa (que, embora comece com a mesma letra, não tem o mesmo glamour). Este estabelecimento é uma das referências no Porto para os noctívagos, onde é sempre possível enganar a fomeca após uma noitada de folia (ao mesmo tempo que se repõem os níveis de sais minerais e álcool, já desgastados por um regresso a casa de taxi).

À entrada, já tarde, casa totalmente cheia - o FMI não manda aqui, claro está. Decoração rústica, característica das tabernas que praticamente habitam apenas o nosso imaginário, umas 4 salas lotadas, muita sangria a passar, presunto com aspecto de quem queria ser comido e, em quase todas as mesas, uns quantos pratos fumegantes com tonalidade alaranjada. "Que será aquilo laranja?", perguntava-se. Eram uns clientes que não eram de cá, obviamente. Se a Irmandade fosse uma imobiliária, podia logo distribuir cartões de visita, mas como não somos, limitamo-nos a pedir uns finos para forrar o estômago enquanto esperávamos.

À espera por mesa seguiu-se a espera após o pedido e, tudo somado, acabou por ser um pouco demorado. Claramente entre os 22 segundos que para nós seria o máximo exigível e os 197 minutos que parecia marcar o relógio imaginário que avançava rapidamente nas nossas cabeças, enquanto esperávamos de barriga cheia apenas por umas belas goladas de cerveja.

Primeiro vieram as batatas, caseiras, bem fritas e que iam sendo devoradas como se entradas fossem. Uns minutos depois, chegaram, bem quentinhas, à nossa mesa quadriculada, as Francesinhas. O formato ligeiramente arqueado fez-me lembrar as nossas amigas em forno de lenha. Claro que este formato revelava um pão demasiadamente mole, desta vez com a particularidade de ter aparência escura. O molho tinha consistência adequada, bom a nível de picante, mas para mim excessivamente salgado. Quanto ao recheio, tinha que ir sendo descoberto garfada após garfada, tal era a diversidade de componentes. Bife razoável, vários tipos de galantinas, o queijo bem derretido e até uma fatia de um belo presunto nos ia entusiasmando. Eis senão quando surge a grande surpresa da noite. Contratada directamente do campeão bávaro de produção suína, e cortada longitudinalmente para grelhar, estavamos a provar uma autêntica Wolwembraumshnitz (substituir por uma qualquer marca de salsicha "tipo-alemã"). Claro que nem todas as surpresas são agradáveis e esta não era uma delas. Os alemães que se diz que já tanto nos andam a atrapalhar a vidinha, estavam ali presentes como que a dizer "meus amigos, a casa tá cheia, sim senhor, mas a crise é para todos, não se esqueçam! E toca a pedir essas facturinhas que esta vida não está para malandros.".

Foram bastantes peripécias para que a experiência deixe saudades, mas os pontos positivos, nomeadamente no que respeita ao ambiente que se vive no Yuko, não deixam que esta avaliação se afogue neste mar competitivo e crispado que a Irmandade enfrenta. Venha a próxima.

Veredicto: 
Boa

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Data Temporada Veredicto
17/02/2012 Temporada 1 Boa